quarta-feira, 15 de março de 2017

TRAGÉDIA MATEMÁTICA



Nas folhas tantas de um livro matemático, um Quociente apaixonou-se loucamente por uma Incógnita.Ele, o Quociente, produto notável de uma importantíssima família de Polinômios e ela, uma simples Incógnita de uma mesquinha equação literal.Mas, como todos sabem, amor vai de mais infinito à menos infinito, amor não tem limites nem derivados.Foi numa maravilhosa noite de primeiro diédro de setembro que ele a encontrou, ela, numa secção circular no meio de inúmera inequações, punha-se em evidência com o seu vestido linha-trapézio, ele a olhou de vértice à base, de todos os ângulos possíveis e impossíveis, agudos e obtusos, uma figura ímpar, olhar rombóide, boca trapezóide e corpo ortogonal.- Quem és tu? Perguntou ele numa ânsia radical e, ela com uma expressão algébrica de quem ama, respondeu docemente:- Sou a raiz quadrada da soma dos catetos, mas pode me chamar de Hipotenusa. Fez de sua vida uma paralela à dela, até que se encontraram no infinito e se amaram ao quadrado da velocidade da luz, numa sexta potência, traçando ao sabor do momento e da paixão retas, curvas e linhas convencionais nos jardins da quinta dimensão.Ele a amava e, a recíproca era verdadeira e, por um teorema anterior concluiu-se que eles se adoravam numa proporção direta em todo o intervalo aberto da vida. Finalmente resolveram se casar, convidaram para padrinhos o Poliédro e Bissetriz e tiveram dois diametrozinho muito engraçadinhos.Depois de casados, quando se conheceram mais, descobriram que eram primos entre si, ela já havia sofrido quatro operações e algumas simplificações mas continuava bela e esbelta. Foi então que apareceu ele, o Máximo Divisor Comum e, ofereceu à ela uma grandeza absoluta e a reduziu a uma simples fração e a mais ordinária. Ele, o Quociente, consciente dessa regra de três, viu que não formava mais um todo e sim uma unidade, lançou de seu 45°aplicou a solução final.

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