A Educação é um tema que sofre influências de inúmeros fatores e
se materializa na sua relação com sujeito, pois faz parte da sua própria
constituição, perpassa diversas esferas numa formação social, cultural e
política para satisfazer as necessidades do sujeito e permitindo reflexões por diversos
segmentos.
A Educação formal nos moldes atuais e que veio a se evidenciar
nos séculos XVI, XVII, com o fim do feudalismo, com a Revolução Francesa e o
alastrar do capitalismo impulsionado pela industrialização passou a necessitar de novos
modelos para se adequar ao contexto social da época.
Tal complexidade se dá também pelo fato de o Estado passar a ser
provedor da educação para a massa, más, ilusoriamente, considerando duas visões
opostas, de um lado existe o interesse por parte do Estado em educar o povo, onde
não podemos deixar de pensar no idealismo do benefício próprio da classe
dominadora, que necessita de mão de obra mais qualificada para suprir suas
necessidades nesse novo modelo econômico em que o mercado se instaura e diante da
inflamada ascensão do modo de produção capitalista e seu perfil de acúmulo de
capital, usando de um discurso, ilusoriamente social, de que seria o provedor
da educação para o povo.
Nessa relação de poder e administração é que o Estado passa a
prover a política educacional, originando desde então, acirrada luta em busca
de conquistar espaço e se livrar das características de exploração por parte
das classes dominantes e que ao longo do tempo, tal educação galga espaço para
deixar de ser exclusividade dessa classe, onde por mais que sejam criadas as
leis, sofrem as interpretações de modo a favorecer os interesses de uma classe burguesa
que se alia e passa a ser o próprio Estado, se apoderando do poder, criando uma
“teia de interesses”, em todos os níveis, buscando a manutenção e hegemonia da
própria classe burguesa, se apoderando do governo e fazendo do Estado um instrumento
de dominação.
O caráter social da educação passa a ser mera propaganda ou
objeto de barganha do governo para minimizar conflitos, criando argumentos
burocráticos para limitar ou deixar de acontecer e favorecer o mercado
capitalista, que nos moldes que se encontra só interessa a classe burguesa. O
caráter social da educação para a formação do sujeito como sujeito na sua relação
com a sociedade e com o mundo, como “dono de seus atos”, consciente da história
que há muito faz parte e consciente de que pode melhorar a sociedade para si,
para o próximo e para seus descendentes, é a verdadeira educação de que todos da
sociedade precisam, fugindo da dominação e da alienação a que é subordinado, aprendendo
só aquilo que querem que ele aprenda, condicionando o sujeito ao próprio
interesse de formação de mão de obra e de gerador de lucros para sustentar a
burguesia.
Cabe sempre uma nova reflexão onde podemos questionar: “será que
os sujeitos que agora estão no governo administrando o Estado não receberam a
educação nas suas melhores representações?”, “será que o capitalismo corrompe a
essência do sujeito?”, “qual educação é a mais indicada para que se tenha de
fato a educação como política pública e caráter social e na sua melhor
qualidade?”, “que educação cabe em nosso contexto para a melhor formação do
sujeito?”, são questões complexas que perpassam por pesquisas de clássicos
educadores, pedagogistas e filósofos da educação e se apresentam com
características específicas cada uma ao seu tempo.
Alberto Gomes da Silva.
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