Em um país onde a leitura a respeito da sua própria história e constituição cultural,
educacional, política e social é precária ou quase inexistente, onde a educação
recebe um rótulo de suficiente, percebemos sua insuficiência nos resultados práticos sociais definidos pelo próprio sujeito diante da sua sociedade. Considerando como os meios sociais de comunicação ocupam o tempo das pessoas inculcando uma cultura de consumismo e relacionando avanço econômico com evolução do sujeito, modernidade com satisfação, pregando
uma ideologia de acúmulo privado de capital e de eterno consumismo desenfreado que só alimenta o capitalismo, cultuando o
eterno futuro promissor e priorizando uma educação voltada ao industrialismo e tecnologias, não equilibrando com uma educação própria literária, histórica, filosófica, religiosa ou mesmo social, onde consome o tempo do individuo que se esvai sem que o mesmo perceba.
Uma
sociedade sem a devida educação cria indivíduos que não conhece a própria formação da sua história, como se constituiu, não só
em seu espaço físico más em sua cultura e como se formaram seus conceitos, conceitos da sua própria vida, institui na sociedade os pré-conceitos, por falta do conhecimento, se criam costumes sem valores éticos, morais, e passa a questionar até a qualidade desses valores. Isso acarreta em desconhecer os motivos
que tornam a sociedade aquilo que representa nos dia de hoje, e a sociedade sem consciência se compara-se a um
barco a deriva, sem orientação, e esta orientação fica a cargo de uma classe ou
daqueles detentores do conhecimento, ou de uma minoria que conspiram para serem
detentores do acesso ao conhecimento e manipulam e usam as oportunidades para domínio e
hegemonia da massa social.
Uma sociedade
sustentada pela disseminação de mídias controladas, tendenciosas e que inculcam a massa objetivando suas manobras, a deixa numa estressante rotina, correria e pressionados por um
sistema capitalista de concorrência entre si, que privilegiam uma educação ilusoriamente direcionada
ao social e predominantemente com o perfil capitalista de econômico que serve apendas para sustentar seus interesses, desfalecendo e suprimindo da grande maioria os valores
e características que engrandecem o sujeito em si mesmo, com visão de mundo e princípios de sua própria formação.
A política
educacional pública de caráter social passa a ter fundamentação material
alicerçada no capital, que é visto como solução para todos os problemas
sociais, sendo assim, configurando uma retroalimentação da ideia de produção e
acúmulo de bens, que, por sua vez supriria as necessidades do sujeito em sua
totalidade, características subjetivas do espírito humano, a ética e a moral
sofrem alterações e princípios do conhecimento de si próprio passam para um
segundo plano, num processo onde o social é envolvido pelo econômico e o investimento
social depende do poder do capital.
A
ideologização se dá à partir do momento que o indivíduo não tem toda a visão
necessária no seu âmbito de formação e não tem o direito de escolha, pelo fato
de não conhecer outras opções no seu processo educativo, fica refém do mercado
capitalista e inculcado por uma ideologia de progresso, avanço e realização
simplesmente numa perspectiva financeira construída por uma ideologia
tendenciosa.
Nenhum comentário:
Postar um comentário