sexta-feira, 21 de abril de 2017

A EDUCAÇÃO COMO POLÍTICA PÚBLICA DE CARÁTER SOCIAL

Definir a Educação e política, como estas inicialmente se caracterizam em nosso contexto social, perpassando diversas esferas para a formação social, cultural e política para definir o próprio sujeito e permite reflexões por diversos segmentos.
A educação formal passa a ter as características dos moldes atuais a partir dos séculos XVI e XVII, com o fim do feudalismo, a Revolução Francesa, a industrialização e o alastrar do capitalismo além de outros acontecimentos históricos que influenciaram definitivamente o modo de vida social, alterando o tipo de educação que passa a necessitar de novos modelos para se adequar ao seu contexto, inicialmente nas sociedades europeias e hoje se encontra na maioria dos países ocidentais, passando por uma educação eclesiástica no período medieval depois uma educação pública religiosa, porém de caráter nacional. Com a Revolução Francesa, pelos fins do século XVIII, o Estado organiza a educação para seus próprios fins com uma educação de súditos, de caráter militar, com a formação do cidadão com uma educação elementar, popular, primária e cívica.
O Estado passa a ser provedor da educação para a massa, aparentemente, existe o interesse por parte do Estado em educar o povo, não deixando este de priorizar um idealismo que beneficia a própria classe dominante, que necessita de mão de obra mais qualificada para suprir suas necessidades desse novo modelo econômico em que o mercado se instaura,  diante da inflamada ascensão do modo de produção capitalista e seu perfil de acúmulo de capital, em  um discurso, ilusoriamente social, de que seria o provedor da educação para o povo.
Com a participação cada vez maior do povo no governo da nação, surge a educação pública democrática que se apresenta em nossos dias, buscando a melhoria das condições de vida nos diversos setores da sociedade para terem acesso aos bens e serviços, com isso, originando disputas de classes onde as menos favorecidas buscam minimizar ou eliminar as relações de exploração por parte das classes dominantes, buscando uma educação universal e que não seja exclusividade das classes dominantes, classes que por sua vez, dominam o Estado formando uma “teia de interesses” em todos os níveis buscando manter a hegemonia da própria classe burguesa e faz da política educacional um instrumento de dominação.
Nesse contexto econômico capitalista e de regime político-democrático, é que se apresenta uma educação gestada pelo Estado com um caráter social, onde diversos atores das diversas classes sociais participam dessa política e buscam por meio de regras pactuadas e ideologias de classes, dentre outros delineadores, a implementação de políticas educacionais mais adequadas as sociedades modernas e contemporâneas sob o capitalismo e a democracia, conforme a ênfase dada pelo governo na gestão social, que vai desde uma posição liberal conservadora a uma posição social-democrática.
O caráter social da educação, de proporcionar vida digna e oportunidades para todos, passa a ser mera propaganda ou objeto de barganha do governo para minimizar conflitos, criando argumentos burocráticos para limitar ou deixar de acontecer e favorecer o mercado capitalista, que nos moldes que se encontra só interessa a classe burguesa. O caráter social da educação para a formação do sujeito como sujeito na sua relação com a sociedade e com o mundo, como “dono de seus atos”, consciente da história que há muito faz parte e consciente de que pode melhorar a sociedade para si, para o próximo e para seus descendentes, é a verdadeira educação de que todos da sociedade precisam, fugindo da dominação e da alienação a que é subordinado, aprendendo só aquilo que querem que ele aprenda, condicionando o sujeito ao próprio interesse de formação de mão de obra e de gerador de lucros para sustentar a burguesia.
Cabe sempre uma nova reflexão onde podemos questionar: “será que os sujeitos que agora estão no governo administrando o Estado não receberam uma educação que possa conscientiza-los de suas responsabilidades sociais?”, “será que o capitalismo corrompe a essência do sujeito?”, “qual educação é a mais indicada para que se tenha de fato a educação como política pública e caráter social e na sua melhor qualidade?”, “que educação cabe em nosso contexto para a melhor formação do sujeito?”, são questões complexas que perpassam por pesquisas de clássicos educadores e demais estudiosos da educação e se apresentam com características específicas cada uma ao seu tempo.

domingo, 2 de abril de 2017

AS MODERNAS FERRAMENTAS DE IDEOLOGIA NA SOCIEDADE ATUAL



Em um país onde a leitura a respeito da sua própria história e constituição cultural, educacional, política e social é precária ou quase inexistente, onde a educação recebe um rótulo de suficiente, percebemos sua insuficiência nos resultados práticos sociais definidos pelo próprio sujeito diante da sua sociedade. Considerando como os meios sociais de comunicação ocupam o tempo das pessoas inculcando uma cultura de consumismo e relacionando avanço econômico com evolução do sujeito, modernidade com satisfação, pregando uma ideologia de acúmulo privado de capital e de eterno consumismo desenfreado que só alimenta o capitalismo, cultuando o eterno futuro promissor e priorizando uma educação voltada ao industrialismo e tecnologias, não equilibrando com uma educação própria literária, histórica, filosófica, religiosa ou mesmo social, onde consome o tempo do individuo que se esvai sem que o mesmo perceba.
Uma sociedade sem a devida educação cria indivíduos que não conhece a própria formação da sua história, como se constituiu, não só em seu espaço físico más em sua cultura e como se formaram seus conceitos, conceitos da sua própria vida, institui na sociedade os pré-conceitos, por falta do conhecimento, se criam costumes sem valores éticos, morais, e passa a questionar até a qualidade desses valores. Isso acarreta em desconhecer os motivos que tornam a sociedade aquilo que representa nos dia de hoje, e a sociedade sem consciência se compara-se a um barco a deriva, sem orientação, e esta orientação fica a cargo de uma classe ou daqueles detentores do conhecimento, ou de uma minoria que conspiram para serem detentores do acesso ao conhecimento e manipulam e usam as oportunidades para domínio e hegemonia da massa social.
Uma sociedade sustentada pela disseminação de mídias controladas, tendenciosas e que inculcam a massa objetivando suas manobras, a deixa numa estressante rotina, correria e pressionados por um sistema capitalista de concorrência entre si, que privilegiam uma educação ilusoriamente direcionada ao social e predominantemente com o perfil capitalista de econômico que serve apendas para sustentar seus interesses, desfalecendo e suprimindo da grande maioria os valores e características que engrandecem o sujeito em si mesmo, com visão de mundo e princípios de sua própria formação.
A política educacional pública de caráter social passa a ter fundamentação material alicerçada no capital, que é visto como solução para todos os problemas sociais, sendo assim, configurando uma retroalimentação da ideia de produção e acúmulo de bens, que, por sua vez supriria as necessidades do sujeito em sua totalidade, características subjetivas do espírito humano, a ética e a moral sofrem alterações e princípios do conhecimento de si próprio passam para um segundo plano, num processo onde o social é envolvido pelo econômico e o investimento social depende do poder do capital.
A ideologização se dá à partir do momento que o indivíduo não tem toda a visão necessária no seu âmbito de formação e não tem o direito de escolha, pelo fato de não conhecer outras opções no seu processo educativo, fica refém do mercado capitalista e inculcado por uma ideologia de progresso, avanço e realização simplesmente numa perspectiva financeira construída por uma ideologia tendenciosa.