FICHAMENTO
DE CITAÇÃO
Do texto: ,
Marynelma Camargo. A docência na educação infantil.
“Todavia,
em casa campo e contexto, a consciências da mutabilidade, historicidade e
relatividade dos conceitos, papéis e funções sociais e profissionais não impede
– antes exige – que, no tempo e no contexto em que se vive, sejamos capazes de
a ler com clareza possível à luz do conhecimento e dos referentes disponíveis”.
(Página 186)
“Há,
portanto, uma indivisibilidade de saberes e práticas que acabam por colaborar
com a ideia ainda vigente no senso comum de que, por serem saberes e práticas
naturais da mulher, são caracterizados como complementares, de ajuda ou
acessórios; o que contribui para a sua desvalorização” (Página 188)
“[...]
é possível conceituar o saber docente como o conjunto de saberes que o
professor possui não só no que diz respeito aos conhecimentos produzidos que
ele transmite, mas também, ao conjunto de saberes que integram sua prática e
com os quais ele estabelece diferentes relações” (Página 189)
“[...]
nas crenças predominariam a elaboração mais ou menos fantasistas e a falta de
confrontação com a realidade empírica. No conhecimento mais elaborado de
natureza prática predominariam os aspectos experienciais. No conhecimento de
natureza teórica predominaria a argumentação racional”. (Página 191)
“Trata-se,
dessa vez, porém, de dominar uma relação e, não, uma atividade: a relação
consigo próprio, a relação com os outros; a reação consigo próprio através da
relação com os outros e reciprocamente. Aprender é tornar-se capaz de regular
essa relação”. (Página 192)
“Considerar
o professor como um analista simbólico significa encará-lo como um solucionador
de problemas, em contexto marcados pela complexidade e pela incerteza, e não
como alguém capaz de dar as respostas certas a situações previsíveis. Os
analistas simbólicos são especialistas na identificação”. (Página 193)
“O
professor exerce uma atividade profissional, marcada pela relação face a face
quase permanente com o aluno. A natureza da sua atividade se define tanto por
aquilo que ele sabe como por aquilo que ele é”. (Página 193)
"Ser
professora da educação infantil, como profissional da relação, é entender que
toda a criança tem um corpo e uma história que se relaciona com o seu corpo e
com a sua história pessoal”. (Página 194)
“Mais
do que um reprodutor de práticas, o professor é um inventor de práticas,
reconfigurando as de acordo com as especificidades dos contextos em que atua e
das pessoas com as quais interage. ” (Página 194)
“Ao
aprender o como um processo de hominização, não se pode compreendê-lo como o
resultado de um processo cumulativo de informação, mas sim um processo de
seleção, organização e interpretação da informação a que cada um estar exposto.
O professor é mais do que transmissor de informações, ou seja, o professor é um construtor de sentido.”
(Página 194)
“A
diversidade de tarefas vai desde o cuidado da criança – bem-estar, higiene,
segurança – à educação entendida como socialização, desenvolvimento,
aprendizagem e apropriação de diferentes linguagens por meio de atividades lúdicas
e expressivas. ” (Página 194)
“Penso
que a professora que atua com criança pequena é uma profissional especial e
poderá ser excelente profissional se for capaz de ter atitude de investigadora
e se questionar constantemente. ‘A capacidade de um professor de construir a
sua prática ou de a modificar reside na sua capacidade para a analisar’. Então,
esse perfil poderá ser possível se a formação docente contemplar o
desenvolvimento de atitudes de investigação. As atitudes de investigação são
atitudes que mobilizam a vontade de sempre conhecer e analisar, um desejo
constante de questionar, uma disposição pessoal para elaborar e a
disponibilidade em socializar os não saberes e as práticas bem-sucedidas. ”
(Página 196)