Em um momento
político tão “vergonhoso” onde estão aqueles que conclamaram a justiça com seus
argumentos tão estudados, cheios de justificativas legais e que se anunciavam
como um clamor pela justiça, anunciavam o fim para um período negro de corrupção,
se apresentavam em discursos que pareciam anunciar novos tempos, cheios de
espírito de justiça para com o povo, emocionados discursavam para a massa, “fora
Dilma”, “pedaladas é crime”, onde estão aqueles intelectuais juristas do
direito que parecem usar sua alma para defender a justiça, sumiram todos, os
larápios estão às claras, tudo de mais baixo e orrendo visto por todos. Onde estão?
Não veem mais nada? Os discursos cessaram, o fôlego se foi, o espírito de
justiça calou-se, porque? O roubo está explícito, tudo às claras, mais os discursos
já se distorcem, as interpretações daquilo que é visto querem amenizar o peso
na consciência do autor e da massa, fazê-la calar, criar um senso comum que
perdoa, se fazerem de desentendidos e, quem sabe esquecerem de tudo.
E a justiça,
o que é? Interpreta perdoa e condena de acordo como ruma o comportamento da
sociedade, como reagem aos acontecimentos, como vão se acomodando com os fatos,
um passo de cada vez ai, vão tornando ao poder aquela classe, como muitos anos
atrás, como já ditos por grandes autores na história que a esquerda só fica no
poder enquanto eles querem, eles, as burguesias, as diversas classes que
rodeiam o Estado como urubus na carniça, deles se privilegiam, usurpam e tiram
todo o proveito, não criam um Estado para si pois este os suprem, e mesmo sendo
explorado se mantem estruturado com sua ossatura própria, ora é o sujeito, ora
é o objeto e por vezes apenas um apêndice nessa relação de uso e de exploração em
benefício próprio. É forte e se mantem de pé, o Estado é assim porque é formado
pela maior força que é o povo, a massa, mais também a maior vítima do próprio
Estado.
A relação
Estado e povo tem uma alma, a política, que tem diversas faces, representando a
face de todos aqueles que dela participam, em especial da massa, do povo com
suas diversas culturas. Nessa política se alojam todas as estratégias das
relações entre o povo e próprio Estado guiados por uma epidemia que surgiu e
nunca mais desaparecerá, o capital, que influencia a cultura, as ideias, as
relações, a justiça, as classes, as leis, as relações, as decisões e que muitas
das vezes está acima dos valores do próprio povo que o gera, esse mesmo capital
que às vezes coloca o Estado como um apêndice em meio a toda essa relação.
A política
que rege toda essa relação é reflexo das cabeças de cada um que constitui a
massa, das famílias, dos grupos, das sociedades, das classes que lutam e lutam
e muitos não sabem nem o objetivo dessa luta. A política que é reflexo da alma
de cada um se reflete como a alma do Estado.